Partindo do pressuposto de que a topografia é repleta de vantagens e permite análises e planejamentos cada vez mais estratégicos e precisos, através de levantamentos bem detalhados, é possível trazer ao centro do debate dois fenômenos valiosos – batimetria e agrimensura -, que associados ao recurso da topografia com drone funcionam como uma solução eficaz, rápida e segura para auxiliar o trabalho de empresas em diferentes nichos de mercado. A topografia é uma ciência inserida dentro da agrimensura, mas a agrimensura trata de questões mais amplas como a Geodésia, ciência que permite representar a superfície da terra, onde a topografia está inclusa. Neste artigo, você saberá melhor sobre a importância da batimetria e agrimensura na topografia com drone.
Nesse sentido, a batimetria reúne a ciência e a tecnologia da medição ou estimativa da profundidade, a fim de, compreender melhor o relevo submerso. É o estudo e análise das superfícies subaquáticas, sejam elas fundos de rios, lagos ou outros corpos d’água. Esta ciência é essencial para um grande número de aplicações como a segurança da navegação, os conhecimentos e a monitorização ambiental, a modelização hidrodinâmica e a gestão de instalações industriais (barragens, pedreiras, reservatórios de água, etc.).
Dessa forma, para realizar essa atividade, é muito natural utilizar tecnologias de eco, como os sonares, utilizadas por animais como golfinhos e baleias para se localizarem sem a necessidade de enxergar diretamente os obstáculos no seu trajeto. Assim, um som é emitido e, pelo tempo que ele demora para gerar um eco, é possível saber o quão próximo ou distante está um objeto, seu tamanho, formato, altura, por exemplo.
Leia mais: Qual a diferença entre agrimensura e topografia?
Qual a importância da batimetria na topografia com drone?
No entanto, quando falamos sobre a batimetria, originária da união das palavras gregas bathos (profundidade) e metron (medida), mas especialmente da ecobatimetria (feita com o uso de tecnologias baseadas em eco), as coisas não são tão fáceis, pois não é preciso conhecer apenas a profundidade, mas a topografia daquela região submersa, da forma mais detalhada possível. Essa evidência aponta para a possibilidade de estudar, analisar a viabilidade de um projeto, seja uma represa, um circuito fluvial, uma lagoa de rejeito industrial, entre outros.
Entretanto, um mapa topográfico mostra curvas de níveis, que representam elevações de um ponto a outro, o mapa batimétrico faz algo “oposto”. Ao invés de traçar elevações, a batimetria apresenta o que não está preenchido, ou seja, a distância entre a superfície e o fundo em cada quadrante da área levantada.
Neste aspecto, saber a profundidade e topografia desse fundo permitirá a quem desenvolve um projeto avaliar, digamos, quanto de rejeito de mineração aquela área pode abrigar, a quantidade de material necessário para construir uma estrutura, se uma região é navegável ou não, assim como o impacto que a navegação pode trazer em termos de deslocamento de corpo d’água.
Batimetria na prática
Antigamente, o método mais tradicional para se fazer uma medição batimétrica era utilizando cabos que eram submersos e medidos, ponto a ponto, até cobrir a área de relevância como um todo.
Esse processo, além de lento, absorvia o problema das correntes fluviais, que afetam drasticamente a medição ao deslocarem esses cabos. Nos últimos anos, com a evolução da batimetria, graças ao avanço gradativo das tecnologias de computação, sensores digitais, satélites e georreferenciamento, as medições neste formato passaram a ser feitas de forma mais rápida e, em caso de áreas de interesse público nacional ou internacional, mapas batimétricos começaram a ser disponibilizados gratuitamente para acesso geral.
A batimetria, enquanto estudo das superfícies submersas, exerce uma função determinante em vários campos da engenharia, que vão do monitoramento de barragens de diversos tipos até a demarcação da superfície da Terra, que está largamente coberta por oceanos. Grande parte dos levantamentos feitos por batimetria envolvem o uso de sonares ou outros sensores que tiram proveito do funcionamento do eco, ou seja, da diferença no tempo de ida e volta de uma onda, calculada por sensores específicos. Por fim, esse material é processado para gerar uma visualização fidedigna das superfícies analisadas.
Agrimensura: o que é e qual a sua importância?
Agrimensura é uma das áreas da Engenharia dedicada ao uso dos dados geográficos em medições de áreas amplas por meio de observações angulares, de distâncias ou utilizando até mesmo o GPS. A finalidade consiste em criar os mapas topográficos de uma região para fornecer informações exigidas para execução de obras, legalização de imóveis, organização, preservação e atualização de arquivos de informações geográficas e/ou topográficas (mapas).
A Agrimensura é uma geociência antiga, que pode ser encontrada em obras de templos, pirâmides, anfiteatros, aquedutos e até mesmo pontes antigas. É fundamental para o posicionamento e dimensionamento das estruturas destas grandes obras e há vestígios também de sua utilização, por exemplo, na delimitação de parcelas dos terrenos, na abertura de estradas e caminhos e em canais para a irrigação e transporte de água.
Desse modo, a agrimensura serve como base para as outras ciências de forma direta e indireta, sendo fundamental para a sociedade de forma incondicional. É uma técnica que está em constante evolução, seguindo um caminho com passos longos.
No Egito Antigo, a agrimensura é retratada em papiros e pinturas de tumbas e monumentos, os quais explicam sobre a aplicação da profissão. Segundo Heródoto (1400 A.C), a Agrimensura como ciência, técnica matemática ou Engenharia, nasceu no Egito Antigo, onde as enchentes do Rio Nilo desmarcavam as linhas divisórias das propriedades e era necessária uma nova demarcação quando as águas voltavam para o seu nível normal. O Faraó nomeava um funcionário como agrimensor para redefinir as áreas e calcular os prejuízos causados pelas cheias.
Vale ressaltar também que a propriedade para os egípcios era um bem respeitado e roubá-lo era um dos crimes imperdoáveis. A correta demarcação das terras também desempenhava papel importante na arrecadação dos impostos.
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