O uso de drones registra crescimento em todo o mundo nos últimos anos. Hoje, no Brasil, há 3.400 empresas que trabalham com drones, uma alta de 400% em relação a 2017, quando 820 organizações desenvolviam essa atividade.
A agricultura, sobretudo a de precisão, já descobriu a importância desses verdadeiros “robôs voadores” para a lida no campo, o que iremos ver com detalhes no decorrer deste artigo. Primeiramente, vamos explicar melhor o que são e como funcionam os drones, de modo que você possa compreender melhor a relevância que esses equipamentos podem representar para o seu negócio.
Drones – o que são
Os drones são um tipo de Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant), controlados remotamente ou mesmo de forma autônoma, a depende do tipo. Etimologicamente, em inglês, esta palavra significa “zumbido” ou “zangão”. E ela é mesmo apropriada para um drone, pois a maioria deles utiliza hélices para voar e, dessa forma, eles produzem um zumbido tradicional, o que acabou dando este nome a estes objetos voadores.
A tecnologia que envolve os drones é mais antiga do que muita gente imagina, uma vez que as forças armadas de diversos países já os utilizavam desde os anos 1950. Entre os benefícios para os exércitos, podemos citar o fato de não necessitarem de piloto, além de serem menores e mais ágeis que os aviões. Desse modo, eram utilizados, principalmente, para a vigilância no combate, reconhecimento tático e alvos aéreos.
Com o passar das décadas e o natural desenvolvimento da tecnologia, os drones ganharam dispositivos mais modernos, alguns até mesmo sendo controlados via satélite, e tempo de voo cada vez maior. Devido a fatores como precisão, agilidade e eficiência, os drones atualmente são utilizados em diversos segmentos da economia, além de fins militares e entretenimento.
Diferenças entre drones, aeromodelos, Vant e RPA
De acordo com a Anac, o termo “drone” é uma expressão genérica utilizada para descrever desde pequenos multirrotores rádio controlados, comprados em lojas de brinquedo, até Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants) de aplicação militar, autônomos ou não. Por este motivo, o termo não é utilizado na regulação técnica do órgão. São chamados aeromodelos os equipamentos de uso recreativo, enquanto os Vants são aqueles empregados em finalidades não recreativas. O termo Aeronave Remotamente Pilotada (RPA) denota um subgrupo de Vants destinado à operação remotamente pilotada.
Quais as exigências para prestar serviços com drones?
A autorização da Anac é condição necessária, porém não suficiente, para a operação desses equipamentos, pois também há permissões a serem concedidas pela Anatel e Decea. Hoje já existem Drones no Brasil cadastrados para operaram fora das normas da Anac e com cadastro no Ministério da Defesa.
Como fazer o cadastro?
Para se cadastrar, o proprietário deverá usar o Sistema de Aeronaves Não Tripuladas (Sisant) da Anac. O cadastro é obrigatório para aeronaves não tripuladas com peso máximo de decolagem superior a 250g, independentemente do tipo de uso (recreativo ou não). O sistema pode ser acessado pelo endereço: https://sistemas.anac.gov.br/sisant
Anatel
As empresas ou pessoas físicas proprietárias de drones precisam homologar seus equipamentos com a Anatel. Os drones possuem transmissores de radiofrequência em seus controles remotos e, em alguns casos, no próprio veículo aéreo, para a transmissão de imagens. Todos os drones necessitam ser homologados pela Anatel inclusive os de uso recreativo, como os de aeromodelismo.
A medida da Agência tem como objetivo evitar interferências dos drones em outros serviços, a exemplo das comunicações via satélite. Os interessados em utilizar esta tecnologia deverão preencher um requerimento disponível no site da Agência e pagar uma taxa. No processo de homologação são verificadas as características técnicas de transmissão dos equipamentos.
Decea/Sarpas
Para a utilização de drones também é necessário atender aos requisitos do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), por meio da Solicitação de Acesso de Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAS).
Seguro obrigatório
O seguro obrigatório para o uso de drones não recreativos no Brasil é o Reta (Responsabilidades do Explorador ou Transportador Aéreo), que garante os danos pessoais e/ou materiais aos passageiros, tripulantes e suas bagagens, a terceiros no solo e a outras aeronaves, no caso de abalroamento ou colisão.
Uso de drones na agricultura
Você já ouviu falar no uso de drones na agricultura? Em tempos de inovação tecnológica acentuada, esses equipamentos são cada vez mais utilizados nas fazendas de todo o País. O motivo? A capacidade que eles possuem de oferecer maior precisão e melhor custo-benefício aos produtores.
Recentemente, demonstramos aqui no blog da Ortopixel como funciona a topografia com drones. Agora, vamos saber os benefícios que o uso de drones podem proporcionar à agricultura de precisão, um setor de fundamental importância para a segurança alimentar e o desenvolvimento econômico do Brasil.
Seja para detectar falhas no plantio e pragas, ou mesmo identificar as áreas mais apropriadas para a irrigação, a verdade é que sobram aplicações para o uso de drones na agricultura. Apesar disso, muitos empresários e/ou agricultores ainda desconhecem o potencial dessa tecnologia para à produção no campo, conforme demonstrou o estudo “Diagnóstico do perfil do usuário de drones no agronegócio brasileiro”, desenvolvido pelos pesquisadores Felipe Artioli e Tatiane Beloni.
A tabela abaixo demonstra algumas das principais conclusões deste estudo:
Apesar desse desconhecimento, considerando-se que os drones ainda são uma tecnologia relativamente nova, eles podem ser utilizados, por exemplo, no mapeamento aéreo, onde possibilitam a contagem de plantas e identificação de falhas nas linhas de plantio; ocorrência de pragas, doenças e deficiência nutricional; e na geração de mapas de aplicação de taxas variáveis para a aplicação de fertilizantes e insumos com precisão.
Quando o assunto é o uso de drones na agricultura de precisão, também é preciso mencionar a pulverização. É que esses equipamentos conseguem mapear a topografia do solo através de sistemas de lasers e ultrassom que são capazes de regular sua altitude de voo. Desse modo, por meio do mapeamento da topografia da propriedade, os drones permitem a aplicação do produto com maior precisão, economia e eficiência.
Cumprimento de etapas
“É preciso cumprir algumas etapas para um bom uso de drone, como planejamento de voo, voo com sobreposição, obtenção das imagens georreferenciadas, processamento das imagens, geração de mosaico, análise em uma ferramenta GIS – um sistema de informação geográfica – até chegar à geração de relatórios com interpretações das imagens captadas pelo aparelho”, explica o pesquisador da Embrapa Instrumentação Lúcio André de Castro Jorge.
Uso de drones na agricultura – georreferenciamento
Você sabia que o georreferenciamento é um instrumento solicitado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e seus prazos variam de acordo com o tamanho da propriedade? Nesse sentido, diversas empresas de todo o País já têm utilizado os drones para a realização desse tipo de serviço.
Uso de drones na agricultura – irrigação
A irrigação, outro fator de fundamental importância para o setor, também pode usufruir dos benefícios quanto ao uso de drones na agricultura. Primeiramente, é preciso observar que a irrigação demanda, sobretudo em regiões de regime pluvial irregular – como o Semiárido nordestino – o cálculo adequado da quantidade de água a ser utilizada, além dos gastos com a implantação e manutenção de pivôs centrais e aspersores.
Ocorre que, sem o uso de drones na agricultura, o cálculo de necessidade hídrica de uma determinada lavoura pode, facilmente, acabar comprometido, gerando números superestimados ou subestimados por equívocos quanto a chamada “projeção de evapotranspiração da cultura”.
O resultado disso? Prejuízos financeiros consideráveis. A boa notícia é que, com o uso de drones, é possível, apenas com um sobrevoo, identificar precisamente as áreas da lavoura com maior exigência hídrica, o que torna a aplicação dessa tecnologia mais econômica e eficaz para os proprietários rurais.
Monitoramento da pecuária com o uso de drones
O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo, além de deter o segundo maior rebanho do planeta (atrás apenas da Índia). Um dos benefícios do uso de drones na agricultura diz respeito a facilidade quanto à contagem do gado na fazenda e a verificação de possíveis animais feridos através das câmeras de imagem térmica. Além disso, ajudam ainda a monitorar as condições dos pastos, indicando se estão adequados ou não.
Veja outras aplicações importantes do uso de drones na agricultura:
- Demarcação de plantio;
- Análise completa das lavouras;
- Monitoração de desmatamento;
- Descoberta de possíveis focos de incêndio.
Você sabia?
Com as Soluções da OrtoPixel é possível utilizar todo potencial da Inteligência Geográfica aplicadas as técnicas de Agricultura de Precisão, trazendo análises e mapas específicos, no intuito de facilitar o entendimento e o gerenciamento das operações agrícolas. Saiba mais.
Gestão ambiental com o uso de drones na agricultura
Sabemos que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rígidas do mundo. Por esse motivo, os produtores rurais precisam aliar a produtividade à preservação ambiental, o que está estabelecido no Código Florestal (Lei 12.651/2012) e também em outras leis. O uso de drones na agricultura contribui até nesse quesito, uma vez que a utilização de dados e análises de Sistemas de Informação Geográficas é fundamental para a gestão ambiental no agronegócio.
Entre os benefícios dessa aplicação estão a redução de riscos ambientais, maior precisão, menor tempo para tomada de decisão, otimização de recursos, redução de custos operacionais e melhor controle e fiscalização ambiental de maneira remota. Saiba mais.
Produtores do oeste baiano são exemplo
Na região oeste da Bahia, os agricultores de cidades como Luís Eduardo Magalhães e Barreiras têm demonstrado, nos últimos anos, que é possível aliar produção e sustentabilidade. Realizado pela Embrapa e divulgado no final do ano passado, o estudo “O Papel do Produtor na Conservação do Cerrado” demonstra que a região conserva 53% do seu bioma natural, um total de 4,2 milhões de hectares preservados.
Deste montante, 35% estão nas propriedades agrícolas, o maior percentual de todo o País e um dos maiores do mundo. A pesquisa teve como base dados do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural, do Ministério do Meio Ambiente, além de mapeamento, via satélite, de todas as propriedades.
Uso de drones na agricultura – retorno sobre investimento
Um dos principais benefícios do uso de drones na agricultura é o rápido retorno sobre o investimento, o que pode ser sentido, muitas vezes, com apenas uma colheita ou safra. Isso pode ser explicado pelo fato de que grandes perdas são evitadas quando o planejamento estratégico e o plano de ação adequados são aplicados.
O uso de drones na agricultura, portanto, reduz consideravelmente o custo operacional, possibilita a gestão de dados e informações da plantação, garante rápidas intervenções e decisões certeiras.
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